segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Rendendo frutos: história da Luísa

    Olá, Esbeldades!!!!
    Surpresas da vida: esses dias estava no facebook quando uma ex-aluna fofíssima escreveu para mim falando deste post aqui:  Bullying de berço, insegurança eterna. Fiquei realmente surpresa quando ela disse que lia meu blog pois quando compartilho meus posts na minha timeline, são quase sempre as mesmas pessoas que comentam e curtem o conteúdo. Brinco sempre dizendo que meu blog é "familiar", que tem poucos acessos, mas acho legal demais quando alguém que nem imagino diz ser leitora deste espacinho aqui. 
    O mesmo aconteceu na Semana Cacheada, quando uma colega que trabalhou comigo e com quem já não falava há uns bons anos me disse que lia o blog e que estava adorando as dicas. Ah, gente. Eu me sinto feliz com isso, sabe? Sou boba, boba... rs
    Mas vamos ao que interessa: a Luísa leu o post e me confidenciou o seguinte: 
"Mariaaaana, querida Mary Jane! Li seu texto "O bullying de berço, insegurança eterna" e chorei. Leio sempre o seu blog e no inicio do texto, sinceramente, vi na terceira pessoa, visto que me considero até bem convencida. Mas continuando a leitura comecei a me identificar. Também fui a "baleia" no colégio, o que era reforçado todo o dia pelos meus colegas; eu respondia de forma agressiva, intimidando os meninos abusados, ate que aprendi a ignorá-los. Quando tinha uns 12 anos, decidi que emagreceria. Nessa época eu tinha uma amiga, a Renata, que era super magra e praticamente competíamos quem comia menos com o maior orgulho (e ignorância).

Aos 13 pesava 39kg. E qualquer coisa que comesse "fora da dieta" era motivo pra lágrimas. Fui curada dessa coisa toda quando entrei no taekwondo e comecei a ganhar peso de forma saudável. Em um ano cheguei aos 50kg e parei de me preocupar com o que os outros achavam, principalmente porque minha mãe dizia que eu estava com pernas tão grossas, que andava como um homem. Eu fazia o que gostava, estava com pessoas que me amavam e estava muito bem, obrigada. Não nego que quando engordo ou fico um tempo sem me exercitar (e ficar "meio mole") me incomoda, não pelos outros, mas pelo trabalho que deu pra chegar em uma aparência que EU gosto.

Bom, está aí um desabafo. hahaha Saudades de você, professora!  

Beijos"

Cara, eu fiquei com os olhos arregalados lendo o relato dela. A Luísa é tão magrinha! Perguntei a ela se eu poderia publicar o relato dela, o que ela consentiu. Pedi uma foto dessa época gordinha e ela me mandou essa: 


Aí eu fiquei mais bolada ainda: "Luísa, você não era gorda!!!". Ela me garantiu que sim: 

"Essa foto não tá evidenciando muito bem... mas há um tempo dei um fim às horrendas... aos 8 anos pesava quase 50kg... vestia manequim entre o 36 e o 38..."

Enfim, isso me fez pensar... De novo! rs 

Fiquei pensando no quanto ser "diferente" e ter essa diferença marcada (negativamente) abala as pessoas, donas dessa "marca" - no meu caso e no da Luísa, o sobrepeso.

Na infância, então, acho que ainda é pior... As outras crianças, que agridem o "diferente" ainda estão em formação, não tem travas na língua para guardar seus pensamentos nem sabem o que é ser "politicamente correto"; também não estão preocupadas com o fato de magoarem ou não o amiguinho. 

Fiquei pensativa também quando li que Luísa chorava quando comia algo fora da dieta... Quão doentes conseguimos ser e muitas vezes os outros (principalmente os pais) não percebem? Não sei se foi o caso da Ana (Luísa), mas foi o meu... Caramba! Uma jovem chorando por ter se permitido comer algo "gostoso" me corta o coração... Sei que há outros problemas mais "sérios" no mundo, mas esse, para mim, também é sério. É a evidência de uma jovem doente, pressionada, assustada com a possibilidade de não se encaixar no "padrão", é o medo de ser ridicularizado assombrando a mente dos jovens que ainda estão no comecinho da vida... Isso me angustia! Essa ditadura do "padrão" tem que acabar!!! Quantas pessoas ainda ficarão doentes por causa disso?

Bem, pelo menos a Luísa teve um final feliz: ela  encontrou um peso que a faça feliz. A propósito, não acho que o final feliz se deva ao fato de ela ter emagrecido, mas sim por ela ter encontrado o caminho da própria felicidade. Se ela mantivesse o sobrepeso e estivesse feliz da mesma forma, eu também consideraria a história como bem-sucedida. Por falar nisso, olha ela aqui:

Que vestido maravilhoso, heim?!

No trote da faculdade: Biomedicina/ UFF #sóossinistros

 Na versão mais magrela ever!

 E aqui... Comigo. Ela é a de blusa do Vasco. Essa foto foi da festinha de aniversário (meus 26 anos!) que ela e a turma organizaram para mim. :) #saudades #turmaespecial

E aí? Tem mais alguém com vontade de partilhar sua história conosco? 

Vejam a descrição do blog: "Um blog sobre mim e todo mundo. Venha participar!" Vem mesmo!!! :)

Luísa, obrigada por nos contar a sua história. É bom ver que eu não fui a única a passar por tudo aquilo e acho que esse desabafo, essa catarse, podem acabar fazendo muita gente elaborar melhor seus traumas, suas questões... Você encorajou outras pessoas, tenho certeza! Adoro você!!! Obrigada!!!

Beeeeeeeeeeeeeijo

  

  
     

  
     
     


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