sexta-feira, 29 de março de 2013

É melhor o KARATÊ

Olá, mulherada!!!

Pois é, eu sou dessas que some, aparece do nada, como se nada tivesse acontecido, e ensaia uma postagem. É. Sou desprendida desse jeito.  :p

Na verdade, realmente nada de especial aconteceu. Hoje é sexta-feira da Paixão, um dia em que normalmente fico "carregada", porém, meu espírito este ano está leve. Tive meus momentos com Deus hoje mas não estou deprimida como normalmente fico neste dia. 

A razão do meu post é bem mais ingênua: ontem assisti ao filme KARATE KID com a minha filha. Caramba, karatê é super demais!!

Pratiquei karatê quando era criança. Depois de 10 anos, voltei à prática, já estava na faculdade, mas engravidei logo em seguida e tive que largar a prática novamente. Não vou dizer que luta é a minha PAIXÃO, isso é mérito da dança que segue única e soberana no hall dos meus hobbies. Mas KARATÊ, sobretudo no estilo do Sr Miagui, é a minha praia. 

Não entendo karatê simplesmente como luta, mas como arte. Uma arte incrível que me ensinou a ter foco, disciplina, respeito à hierarquia e superação, não por vontade própria, mas por imposição do sistema.

Vou explicar: no karatê treinamos os golpes no ar, mas há um momento em que vamos ao combate, o "komitê" (estou escrevendo como se fala, ignoro a ortografia). Eu detestava "komitê":  é estressante, cansativo (acho que a adrenalina consome nossa energia acima do normal, 1 minuto parece durar 5!) e sempre sobra um tabefe; pessoas com o meu perfil raramente gostam do komitê. Eu nunca queria lutar embora eu até tivesse uma análise positiva de alguns colegas que afirmavam que eu lutava bem! (Uns fofos! kkkkk) 

Poréééééém, eu era obrigada a superar meus limites (do medo de me machucar) por imposição do sistema, por respeito  a hierarquia. Se o mestre mandava eu lutar com X ou Y, eu deveria fazê-lo, caso contrário, eu sofreria consequências por desrespeito a um mais graduado. É meio quartel, mas, nada com que não estejamos acostumados, é mais ou menos como no trabalho, por exemplo.

A dança te distrai, te leva para outro mundo. O karatê, não. Eu não deixava meus aborrecimentos fora do dojô, mas lá era onde eu podia extravazá-los. Só quem tá muito irritado com alguma coisa sabe o poder de  um "kiai" (é um grito que damos para liberar explosão em um golpe, tem a ver com força muscular, respiração e concentração). Karatê cansa a gente no último, a gente sai dos treinos levinho, levinho. Sinto falta disso e do espírito de equipe que era tão comum à minha comunidade katareka.

Não sinto falta das bolhas de sange nos meus pés de princesa. rs 
Não sinto falta dos roxos nas minhas pernas (devia ter gente que achava que eu sofria violência doméstica!).

Mas sinto falta de vestir o kimono, de correr até achar que ia morrer só no aquecimento. Sinto falta dos "katás" (uma sequência de golpes no ar específica para cada faixa).

Vendo Kataratê Kid ontem lamentei tanto ter saído do karatê sem ter aprendido o "katá" da faixa verde, era o meu favorito! 

Fiquei muito empolgada com o filme - lembrar dos campeonatos, dos exames de faixa e dos treinos foi realmente muito legal. Daí, senti vontade de escrever sobre mais essa minha faceta para vocês - a da Mariana lutadora. Em um diálogo entre Daniel San e Sr Miagui, o mestre diz que não aprende karatê para lutar, mas sim, para não ter que entrar na luta. Eu super concordo: o combate é a última etapa de uma luta como o karatê: a disciplina, o equilíbrio, a concentração, a paciência e a assertividade são práticas do esporte anteriores à luta. 

Adoro karatê, embora não sinta mais em meu coração o desejo de voltar a praticá-lo. No entanto, quem tiver filho menino (normalmente o público mais motivado para o esporte), recomendo que coloque o guri sem exitar no mundo karateka, só vai fazer bem! :) 

"É melhor o KARATÊ do que o cara não ter o que fazer!" ;p
Eu e meu irmão há anos luz atrás. Tenho uma foto mais recente, mas sabe-se Deus por onde anda...



Fica a dica. 


Oss.

2 comentários:

  1. Gente, fotos são tudo de bom! Amoooooooooooo
    Essa de vc menininha batendo no irmaozão tá ótima
    bj

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  2. Amiga, entendo perfeitamente vc. Meus irmãos são faixas pretas de Karatê, um foi o primeiro com 12 anos de idade pegar a faixa preta aqui no Rio e o outro tornou-se com 14 anos. Eu não fazia, mas assistia todas as aulas, tinha medo, era coisa de menino...kkkk, mas só de ver aprendi os 5 primeiros katas, chegava em casa e ficava praticando com eles. Em um determinado momento da vida dos meus irmãos, eles perderam seu mestre em um acidente bobo de trãnsito ( foi desviar de um cachorro e bateu no posto) então acabou o estímulos deles. O mais dolorido foi quando aconteceu o PanAmericano aqui e nós fomos ver o karatê, o que me doeu mais foi ver meus irmãos com os olhos cheios de lágrimas, pela saudade e por ter parado um esporte que eles amavam.
    Até hoje sei da decepção deles em ter largado esse esporte que é uma lição de vida.

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